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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

PABLO ARAÚJO
( Brasil – Rio de Janeiro )

 

Vive no Rio de Janeiro desde 1981.
Cursa medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF).
Foi um dos editores da revista Confraria.
Publicou em sites e bloques, entre eles a Zunái.
Participou dos eventos  Poquita fé (2008), I Simpoesia  (2008) e
Artimanhas Poéticas (2009).
Os poemas selecionados fazem parte do livro inédito Enquanto.
 

 

TODO COMEÇO É INVOLUNTÁRIO - a poesia brasileira no início do século 21.  Org.  de Claudio  Daniel.  São Paulo: Lumme Editor, 2010.   328 p.                                           Ex. bibl. Antonio Miranda  

 

        Pessoas e movimento escuro.
Cada um recebe uma coisa.
Estranha e única.
Não vejo o que há dentro.
Não abro. Não se pode bem quer abrir. Não agora.
Talvez nunca. Depois talvez. O que há sempre.
Estudo e reconheço toda a superfície.
Aroma. Cor. Tessitura. Som. Gosto.
Densidade. Exceto o seu interior. Se é que existe.
Então as tagarelices e conjetura do Como  Onde.
Quando. Pra quê
das coisas etc etc. Não mais
suportam a curiosidades e abrem-nas.
Muitas e muitas examinações. Alguns supõem que sabem
o que viram. Pior: outros creem que abriram.
Não sei. Nem abro. Talvez depois.
Ocasiões. Oportunidades. Convites. Permissões.
Sobrevém toda força de sedução intolerável.
Estou a ceder. Prestes a. É agora.
Não abro. Não se está disponível.
Aguento firme. Crescimento. Preparo. Ritmo.
Espera. Imagino o que seja. Não sei.
Talvez não. Sim talvez. Volta e volta.
Cada dia a coisa está mais e mais
em sua plena posse: entrega e desaparição.
Se acaso chega e fica : deixo-a passar.
Não é minha. Nem será. Nunca foi.
Volta e volta. Cada vez com mais força
deixo-a ir embora. Sempre. Até que
sem ainda abri-la dispõe-se o último e maior contato:
largo-a. Ilumino-a com o que é. Embora vai a coisa
adiante de todos. Sem ninguém saber nem a notar
fechada e suprema em si
e nunca mais. Algo Que.

 

---

Coreografia    :    o poema no centro da noite.
Silêncio e só.                                                 Guarda-se
a infinidade do sono.           Abrem-se os olhos.
Encontro da primeira pessoa do dia.          Barulho e rumores
a cabeça atenta e presente a tudo     :    esquecimento.
Outros dias.               Outras noites.
Outra coisa que sempre foi     :      nunca esteve aqui.
Sabe-se.   Não se sabe  :   cinismo e inocência estão por todos            
vamos embora       :     estaremos enquanto.
Dia e noite      a dança desenvolve-se  longamente nas esferas
com tanta beleza    liga-se um a um    rumo ao grande centro      
da dor
para tudo acabar de uma vez   começar nunca mais.
Início de tudo e de todos.       Para sempre    :     E.

---


Pronto     :      partir a partir de.
A garganta silencia o dia.  Está colocada à disposição
Enfrentamento    :     equívocos e dores a toda forma.
Aqui o amor permanece.     Há de ir
embora agora mesmo.     Retorno quando
não se esquece o mais importante
O que há de ser      :      a única palavra
de todas as coisas      :      vidas.     O mundo
foi    e     será        um só      :   o  único sopro   :    Isto.

---

       

Todo viagem é traição   :   o caminho do meio passa por extremos.
Pressentimento.        Afinal    :
Ninguém o diz. Todos dizem. Um poema se faz e não se faz
o que não se vê o que não se ouve o que não se diz
o que não se sente o que não se pensa   :  a dança da dificuldade.
Há dias que não se sabe qual é o dia nem como os dias passam.
A verdade é que essa coisa de verdade e mentira é tudo mentira.
Pouco mais   :  pouco menos.   Excesso. Falta tudo.
Qual é o jogo?  Qual é a regra? Todos sabem. Ninguém o sabe.
a todo momento mudam-se regras e jogos.
Isto não se conta a ninguém    :  Alguém. Alguéns. Qualquer um
perceba quem e se puder.    E quando e se chegarmos?
Não sabemos muito bem o que fazemos.
Não se trata de poema algum   :  a vida se faz e não se faz
por qualquer viagem que apareça
não há jogo       regra nenhuma      : Festa Furiosa.

 

---

Fúria    :   e não destrói as coisas
Coloca-se cada coisa no próprio lugar
arruma-se       e pronto     :   o que não há de chegar
o que há            não move sequer um passo
o centro do gesto      inteiro         definitivo
Antes e depois       ainda enquanto
                                    :      Por quantas vezes
ter tudo isto            e não se sabe ler.

 

*

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Página publicada em novembro de 2022


 

 

 
 
 
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